Câmpus Catanduva dialoga com gestores durante Reitoria Presente
Servidores e alunos têm espaço para sanar dúvidas e apontar demandas junto ao reitor
Na abertura do projeto Reitoria Presente no Câmpus Catanduva, realizado nesta quinta-feira, dia 25, o reitor Silmário Batista dos Santos explicou aos presentes a estrutura do IFSP, bem como a função de cada uma das Pró-Reitorias e Diretorias Sistêmicas da sua gestão. Estiveram presentes todos os pró-reitores e os diretores sistêmicos.
Silmário falou sobre a atual conjuntura política e econômica do País e seus desdobramentos para o IFSP: “depois de um longo período que desencadeou na redução do nosso orçamento e que impactou nossos investimentos, agora passamos por novo processo de reordenamento financeiro, como anunciado pelo Governo Federal, e isto irá impactar nos esforços da Reitoria para garantir mais investimentos imprescindíveis aos nossos câmpus, como ginásios, salas de aula, bibliotecas e refeitórios”.
O reitor demonstrou sua vontade de ter realizado o projeto Reitoria Presente no Câmpus Catanduva antes, mas explicou que as inúmeras demandas não possibilitaram o deslocamento. Silmário apontou que compromissos como reuniões do Colégio de Dirigentes (Coldir), do Conselho Superior (Consup) e do Conselho Nacional das Instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica (Conif) dificultam a dedicação de mais tempo às visitas aos câmpus, as quais requerem planejamento de períodos mais longos, devido às grandes distâncias entre a sede da reitoria e as unidades.
A primeira questão levantada pelos servidores que acompanhavam a reunião foi a necessidade de novos códigos de vagas para comporem a força de trabalho no câmpus, principalmente para o curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, que perdeu alguns servidores por motivo de redistribuição.
O pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (PRD), Bruno Luz, explicou que existem grandes esforços da gestão para suprir essas insuficiências de servidores, mas que a natureza das redistribuições da unidade, remoção para tratar de saúde, não prevê em legislação códigos de vagas para substitutos. Dessa forma, a Reitoria fica impossibilitada de prover códigos para substitutos, ao contrário do que acontece para o cargo de diretor-geral, para o qual o Ministério da Educação prevê a substituição de profissionais.
A comunidade local levantou a necessidade de construção de um auditório, visto que é um dos poucos câmpus do IFSP com orquestra. Silmário destacou que existem projetos prontos para construção de auditórios, refeitórios e ginásios, mas que faltam verbas para esses investimentos. “A gestão tem percorrido trilhas para conseguir recursos com esforços destinados a emendas de bancadas e temos avançado na realização de várias dessas obras, priorizando a construção de prédios para câmpus que ainda não têm sede e, de forma democrática, pois todas as nossas ações são discutidas com os próprios diretores-gerais no Colégio de Dirigentes”.
“A gestão tem percorrido trilhas para conseguir recursos com esforços destinados a emendas de bancadas e temos avançado na realização de várias dessas obras, priorizando a construção de prédios para câmpus que ainda não têm sede e, de forma democrática, pois todas as nossas ações são discutidas com os próprios diretores-gerais no Colégio de Dirigentes”.
Sobre o auditório, o diretor-geral do Câmpus Catanduva, Marcelo Velloso Heeren, enfatizou o grau de importância das demandas das unidades: “querem construir um auditório aqui diante da necessidade de vários outros câmpus de construírem salas de aula. Se colocados frente a frente, haveria um embate desnecessário, mas sempre levamos em conta os interesses dos nossos alunos”, afirmou.
Um assunto levantado pelos servidores foi a divisão do IFSP. O reitor Silmário apontou números para demonstrar a escassez de recursos do maior Instituto Federal do Brasil. “Institutos Federais relativamente menores recebem os mesmos valores para cursos de capacitação de servidores que o IFSP. Sobre a relação do número de servidores, temos um servidor atuando na reitoria para 23 servidores atuando nos câmpus para ações de Ensino, Pesquisa e Extensão. Já no IFSul de Minas, o número é de um para sete servidores. Ou seja, os servidores lotados na reitoria do IFSP estão sobrecarregados. Outro exemplo é no Rio Grande do Sul, onde existem três Institutos Federais. Cada um deles recebe dois milhões de reais, mesmo montante que recebemos para todo o IFSP para Pesquisa, Ensino, Extensão e investimentos em bolsas. Nesse sentido, a expansão dos Institutos Federais já está em vistas pelo Governo Federal e a divisão do IFSP se faz mais do que necessária”, ressaltou o reitor.
O interesse de servidores em realizar mais pesquisa os fez questionar que o tempo destinado às aulas e outras ações dificulta a dedicação à atividade. O pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação, Adalton Ozaki, apontou que a reitoria não tem instrumentos para interferir na distribuição de aulas dos campus, e que é importante uma melhor organização local, de readequação interna do câmpus, do que de uma ação da reitoria, uma vez que é necessário encontrar um equilíbrio para que as atividades de Pesquisa, Ensino e Extensão ocorram no IFSP.
Ainda sobre a pós-graduação, os servidores questionaram as ações para o aumento do número de novos programas de mestrado. Segundo Adalton, “um programa de mestrado nasce de grupos de pesquisa consolidados com uma proposta coesa, capaz de gerar impacto na sociedade e de se sustentar com captações de recursos externos”. Por esse motivo, o IFSP tem estimulado a criação dos Centros de Pesquisa e Inovação articulando pesquisadores de vários câmpus — como por meio do Edital n.º 329/2021 —, a captação de recursos via órgãos e agências de fomento, e ainda lançou, neste ano, o Edital n.º 222, para fortalecer as novas propostas de programas Stricto Sensu no IFSP. A Reitoria tem realizado ações, inclusive por meio de editais, para estimular e fomentar a constituição de grupos de pesquisadores com objetivo de fortalecer novos pedidos de programas”, esclareceu.
Estudantes
Durante a conversa com os alunos, foi apontada a necessidade de compra de materiais para os laboratórios de Química, bem como para a prática esportiva. Tanto o reitor quanto o diretor-geral do câmpus ressaltaram a importância dos cuidados das ferramentas pedagógicas pelos alunos. “Se há maior responsabilidade com os equipamentos existentes, precisamos destinar menor recursos para o que foi quebrado ou teve mal uso ao longo do tempo”, afirmaram.
Já sobre a demanda de obras, Silmário apontou que o reordenamento do orçamento destinado à Educação torna tangível o planejamento de construção de refeitórios, laboratórios, anfiteatros, ginásios e outros aparelhos.
Heloísa Jacomel, aluna do terceiro ano do curso Técnico em Mecatrônica integrado ao ensino médio e vice-presidente do Grêmio Estudantil do Câmpus Catanduva, destacou a importância desse encontro com a gestão do IFSP: “é muito importante essa oportunidade de sermos convidados para essa discussão e sermos ouvidos. Acredito que as demandas apontadas por nós, alunos, serão encaminhadas da melhor forma possível”.