Santa Catarina possui o terceiro maior crescimento do país em vendas de materiais de construção, com protagonismo de lojas de bairro – Foto: Roberto Zacarias/SECOM
O comércio de materiais de construção em Santa Catarina acumula alta de 7,6% nas vendas em 2025, superando a média nacional (3,8%) e consolidando o estado como o terceiro com maior crescimento no setor, atrás apenas de Ceará (18%) e Rio Grande do Sul (11,4%). Os dados do IBGE, complementados por um estudo do Sebrae SC, mostram que esse desempenho positivo impulsiona mais de 18,5 mil micro e pequenas empresas (MPEs) especializadas na venda de ferragens, vidros, tintas, madeira e outros insumos.
O aquecimento do mercado imobiliário, impulsionado pela construção de novos empreendimentos e pela demanda por reformas pontuais, tem sido um dos principais motores desse crescimento. Além disso, o estudo do Sebrae SC mostra que os consumidores estão priorizando compras frequentes e fragmentadas, valorizando a agilidade, proximidade e atendimento das lojas de bairro.
“O setor imobiliário de Santa Catarina está muito aquecido, principalmente pela construção de novos empreendimentos residenciais e comerciais. Isso acontece porque as pessoas querem morar e trabalhar no estado mais seguro do país e o que gera mais oportunidades. Essa dinâmica movimenta todo o setor, desde as grandes até as pequenas empresas, que são aquelas que mais empregam”, destaca o governador Jorginho Mello.
Protagonismo das micro e pequenas empresas
Do total de 18,5 mil MPEs voltadas para venda de materiais de construção em SC, 10,6 mil são microempresas, 4,8 mil são MEIs e 2,9 mil são empresas de pequeno porte. De forma geral, esses negócios estão concentrados principalmente em grandes centros urbanos, como Joinville (1.421 lojas), Florianópolis (922), Itajaí (726), Blumenau (644) e Palhoça (590). Conforme o Sebrae SC, o setor varejista de SC possui 212 mil pequenos negócios. Ou seja, o comércio da construção civil representa cerca de 9% do total.
Para o secretário de Indústria, Comércio e Serviço, Silvio Dreveck, o aumento da renda do catarinense é um dos motivos que explicam o crescimento. “Santa Catarina tem a menor taxa de desemprego do país e o quinto maior rendimento médio. Isso é resultado, entre outros fatores, das políticas de geração de emprego e atração de investimentos feitas pelo Governo de Santa Catarina. Com mais dinheiro no bolso, o trabalhador tem mais condições de fazer uma reforma, ampliar a casa ou investir no imóvel. Assim, a roda da economia gira”, afirma.
Proximidade e conveniência impulsionam consumo nas lojas de bairro
Além disso, o estudo do Sebrae SC aponta uma mudança estrutural no consumo. Os clientes passaram a comprar materiais de construção em menores quantidades, mas com maior frequência, privilegiando a conveniência. Essa tendência beneficia especialmente os pequenos comércios, que oferecem entrega rápida e atendimento próximo ao cliente.
“Esse movimento é impulsionado por fatores como o crescimento da autoconstrução e das reformas pontuais, o avanço do comércio digital, o fortalecimento de marcas locais com atuação em bairros e comunidades, e a preferência por compras de reposição com menor volume e maior frequência. Ao mesmo tempo, observa-se um cliente mais informado e exigente”, diz o relatório do Sebrae SC.
A tendência é de que o mercado imobiliário mantenha o seu ritmo de expansão. Com isso, a expectativa é de que as vendas do setor continuem em alta, com protagonismo das micro e pequenas empresas.